sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Hoje está tudo normal, como manda a conveniencia. Além do céu azul tudo está politicamente correto... pessoas indo trabalhar, os senhores da classe media alta estão tomando café no Vadinho,de roupa social, os aposentados estão chegando, os taxistas pondo o assunto em dia, os motoboys esperando ligações, os funcionarios esperando do lado de fora das lojas dar o horario para entrar no serviço, a livraria ainda esta fechada e nao tem ninguem olhando as vitrines, os pedreiros da obra estao martelando, as barraquinhas estao sendo montadas e está tudo tão igual! A gerente da Caixa acabou de passar do meu lado negríssimamente glamourosa, quando saía do Café Presidente. Os skatistas já estao sentados nos banquinhos, há alunos matando aula em frente a escola sentados em grupo dando risadas altas e nao há sinal do carro da patrulha escolar. Os idosos, senhores, já estao tomando o sol da manhã e contando causos uns aos outros, de suas aventuras de Hercules da juventude. As senhoras também estao tomando sol, tricotando palavras. As babás, tecnicas em enfermagem e enfermeiras já estao trabalhando, brincando com as crianças. O funcionario da escola aguando a grama, isso mesmo, a grama. E tem eu aqui tão indiferente quanto tudo isso junto e multiplicado... Tem eu aqui indiferente que hoje me peguei me observando observar tudo que está a partir da margem da minha pele, todo o exterior, o mundo cru dessa vida crua cheia de conveniencias. Essa rotina, essa coisa toda que eu tenho repugnancia, mas hoje não tanto, porque é sexta feira. E está por dentro tudo tão estável que o que me faz acreditar que eu estou sob controle porque a minha mente hoje chuviscou os pensamentos cotidianos mas com boa dose de  discernimento...E hoje eu gostaria de falar pra minha alma que ainda nao acordou nessa manhã, que eu estou feliz mesmo cheia de dúvidas, que ela não mais me fará angustiada quando me apontar a razão, porque eu já compreendi que quando eu observo eu entendo, e hoje eu entendi que eu nao sou triste, embora quase sempre estou. Estar é um estado. Eu posso mudá-lo, e faço isso sempre que observo com discernimento, no fim vejo que todos se esforçam, todos trabalham, todos tem duvidas e angustias, todos gostam de sexta feira, todos gostam de uma manha de céu azul. No fim todos queriam não fazer nada, ou tudo. Não sou diferente, logo observo. (rmlaurelli)

3 comentários:

  1. chikee,,,,mto chike msm!!

    parabenss!!

    cesar vitalino

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  2. ...são 9h55 acordei apenas a uma hora atrais, e correndo os olhos aqui reparei da forma mais leve sentindo todas essas cenas passarem dividindo meu olhar com a fita métrica que encima da mesa que está a tanto tempo, e elas meio que se encaixaram, tudo na mesma medida, cenas na mesma medida, senti vontade de dizer "que saudades" vontade de abraçar essas singelas simplicidades que por muito tempo observei. Hoje ainda em dias como os de hoje para por alguns instantes ainda imagino tudo, todas as ruas, todas as pessoas e suas ações que não se diferem de seu metro quadrado mesmo que a quilômetros de distância, por muito tempo me reservei a indignação a tudo isso, mais quando aprendi a medir as coisas como se medisse com um fita métrica tudo mudou, me fez simples, me fez primeiramente me medir perto de tudo isso e por fim enxergar e deixar a canção continuar.
    Mais em dias como hoje posso dizer que sinto saudades, saudades do caminho, das pessoas e seu olhares, da padaria perto, dos postes de luzes do retorno em plena madrugada, das cervejas geladas e suas companhias calorosas, do certo respeito, das divisões, das mesmas péssimas bandas, em fim dos fantásticos atores desta cidade que se deliciam com um belo ovo frito com filé de frango de segunda a sexta e nos finais de semana mantém suas poses nas rodas dos seus pontos de encontro, obrigado por ter me proporcionado essas lembranças, pois ainda mesmo que demore sempre nos deparamos com fecho de luz como ti em um espaço que não te cabe mais.

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