sexta-feira, 23 de julho de 2010

trechos de Os Pensadores - PLATÃO

"...Por intermédio de Sócrates e de sua incessante ação como perquiridor de consciências e crítico de idéias vagas ou preconcebidas, o primado da política torna-se, para Platão, o primado da verdade, da ciência. Se o interesse de Platão foi inicialmente dirigido para a política, através da influência de Sócrates ele reconhece que o importante não era fazer política, qualquer política, mas política. Por isso é que justamente se recusa a participar, na mocidade, de atividades políticas: PRIMEIRO TEM DE ENCONTRAR OS FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA AÇÃO POLÍTICA - E DE TODA AÇÃO - PARA ORIENTÁ-LO RETAMENTE. A FILOSOFIA PARA PLATÃO REPRESENTOU, ASSIM, DE INÍCIO, A AÇÃO ENTRAVADA, A QUE SE RENUNCIA APENAS PARA PODER VIR A SER REALIZADA COM PLENITUDE DE CONSCIÊNCIA. " ( pag. 10 e 11 )

"A educação deveria, em última intância, basear-se numa episteme (ciência) e ultrapassar o plano instável da opnião (doxa). E a política poderia deixar de ser o jogo fortuito de ações motivadas por interesses nem sempre claros e frequentemente pouco dignos, para se transformar numa ação iluminada pela verdade e um gesto criador de harmonia, justiça e beleza. " ( pag.13 )


Esses pensamentos de Platão vigoraram por volta de 387 a.C , quando ele fundou em Atenas a Academia, sua própria escola de investigação científica e filosófica.  Essa intituição é testemunhada pela concepção da atividade intelectual:  antes de tudo busca a inquietação, reformulação permanente e multiplicação das vias de abordagem dos problemas, a filosofia sendo fundamentalmente filosofar - esforço para pensar mais profunda e claramente.

Generalizando, assim podemos ver como estamos decaindo em relação aos conceitos que deveriam  basicamente, serem lei: a educação..a filosofia... o pensamento correto...Tudo isso dito e filosofado por ele é baseado em conhecimento prévio, muita leitura... e hoje temos um presidente semi-analfabeto que. em pleno ato de democracia, foi colocado no poder por nós mesmos. Decaindo, ora...





quinta-feira, 22 de julho de 2010

há um tempo vivendo de carnavais

Preciso sair do meio termo
desse buraco fundo e úmido
onde estão pulando carnaval, todas as minhas dúvidas...
Nuas, semi-nuas
Fantasiadas, coloridas
brilhantes, enfeitadas
mas todas elas, desavergonhadas
Desfilando na avenida
com os braços pra cima
exalando uma emoção
de simplesmente, existirem em mim
de simplesmente, saberem que me ocupam por inteira
e não querem que isso acabe
Elas todas sorriem para mim
As minhas dúvidas passam nessa avenida vida
me olhando nos olhos, enxergando minha alma
vendo o que eu ainda não vi
vendo o que eu nem sei se tenho
E brincam
e desfilam
E sorriem para mim
Sorriem para foto
Sambam com o som da verdade
e o enredo é sempre as entrelinhas...
e a alegoria é sempre uma fraqueza...
e a melodia é sempre doce...
e a evolução é sempre constante...

E É FESTA SEMPRE
que eu me entristeço
porque sou possuidora de dúvidas
que desfilam na avenida
que me enxergam a alma
que sabem que me ocupam
e que me ocupam porque existem

eu preciso sair das entrelinhas



(rmlaurelli 22/07/2010)

quarta-feira, 21 de julho de 2010

dizem que os dedos sentem sabor

Mais uma bela composição...

Construção 
(Composição: Chico Buarque)
 
Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego

Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho seu como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público

Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contra-mão atrapalhando o sábado

segunda-feira, 19 de julho de 2010

- Footprints by Mary Stevenson

One night a man had a dream. He dreamt he was walking along the beach with the Lord. Across the sky flashed scenes from his life. For each scene he noticed two sets of footprints on the sand — one belonging to him and the other to the Lord. When the last scene had flashed before him, he looked back at the footprints and he noticed only one set. He also noticed that this happened during the lowest and saddest times of his life. This bothered him and he questioned the Lord.

“Lord, you said that once I decided to follow you, you would walk all the way with me, but I noticed that during the most troublesome times of my life there was only one set of footprints. I don’t understand why, when I needed you most, you deserted me.”

The Lord replied:


“My precious child, I love you and would never leave you. During your times of trial and suffering, when you see only one set of footprints, those were the times when I carried you in my arms.”

19/07/2010

http://tinyurl.com/2dl78mp

quarta-feira, 14 de julho de 2010

14/07/2010

O maior abismo que existe é a boca!
É possível CAIR-SE para dentro, ou em alguns casos, ATIRAR-SE.
(RMLAURELLI)

segunda-feira, 12 de julho de 2010

sunlight

Aproveite a luz do sol, aproveite, aproveite a luz do sol. Respire a luz do sol, expire. Olhe e deixe arder os olhos. Aproveite a luz do sol, tome sol. Deixe ele esquentar seu corpo, o calor é humano. Aproveite, o calor do sol. Deixe a luz entrar na sua cabeça, a luz do sol. Deixe mudar a sua cabeça essa luz. Aproveite a luz que tem de manhã, quando ele nascer. E quando ele estiver indo, olhe. Ele volta amanhã, mas aproveite hoje ainda, a luz do sol. 
(RMLAURELLI)

sexta-feira, 9 de julho de 2010

multi


Gota na folha,
Folha na árvore,
Galhos ásperos
Insetos e instintos...
Tudo muito programado, muito bem colorido.
Nao sei o que lhe traz aqui.
Há um mundo lá fora...incansável
Vá beber água da mina e sentir a transparencia entrando no seu corpo, gelando, cortando, revitalizando...
Vá caminhar entre as árvores e sentir a sensação do fluorescente na pele...
Vá olhar um formigueiro, e sentir a ardencia de todas as picadas...
Porque o mundo é chuva, sol e chuva.
Há um arco-iris que é a aliança entre Deus e os homens.
O Sol que nasce e morre e ressucita você pode sentir sem segredo, sem calúnia
E pode ver isso se respirar bem fundo.
Acredite.
Há um mundo lá fora incansavelmente colorido.
E ele é multicolorido. Respire e veja como ele é multicolorido.

(RMLAURELLI)

e então...

suponho que as pessoas estejam coletivamente adormecidas para a realidade do mundo em vista de que veem o que querem e não a realidade dos fatos. Eu não valorizo pessoas que não sabem admirar o que está acima de nossas cabeças, multicolorido. Muito menos pessoas que não entendem a GRANDEZA de uma fruta, e sua semente. Não importa a forma, mas a consequência. Não entenderão! O que eu quero dizer está escondido entre as letras, por trás delas e também no vazio que separa as palavras...
(RM LAURELLI)

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Sinestesia

Ver a cor do sabor...
Sentir o sabor das cores...
Ouvir o som do aroma...
Ver as cores do som...


A sinestesia é assim, uma confusão no processamento dos dados dos sentidos e pode aparecer nas mais variadas formas. Trata-se numa disfunção cerebral, na parte mais primitiva do cérebro, o sistema límbico, que mistura sensações e a mediação das emoções.Nem todos vêem o mundo da mesma maneira. A partir do estímulo de um cheiro, som, número, ou de uma letra, há quem veja cores. Os sinestésicos sentem-se privilegiados com esta percepção do mundo e acrescentam que não queriam ver o mundo a preto e branco como os restantes... Sentir a música como uma pressão, uma picadela no corpo, ver letras e números que evocam cores diferentes, ou paladares com cores, é algo que à partida pode parecer estranho...

Uma, em cada duas mil pessoas, sofrem de sinestesia. Esta palavra vem do Grego syn (unido) e aisthesis (percepção), formando a expressão percepção unida. Se os Românticos viam os sinestésicos como pessoas de percepção elevada, mais próximos da divindade e numa vanguarda da espiritualidade humana, o que de facto, distingue os sinestésicos da maioria, é uma disfunção cerebral que leva a que um, ou mais sentidos, se misturem aquando um estímulo. 

"Não me recordo do seu nome, mas lembro-me muito bem da sua cor..., como é mesmo o seu nome?" Este pode ser um comentário feito por um sinestésico. Esta frase serve também para exemplificar que pode ser frequente, um sinestésico lembrar-se da sua impressão secundária (cor, cheiro, paladar) em vez da primária, ou seja, o objecto em si...

terça-feira, 6 de julho de 2010

COMO VEJO O MUNDO ( ALBERT EINSTEIN )

CAPÍTULO I

Minha condição humana me fascina. Conheço o limite de minha existência e ignoro por que
estou nesta terra, mas às vezes o pressinto. Pela experiência cotidiana, concreta e intuitiva, eu me
descubro vivo para alguns homens, porque o sorriso e a felicidade deles me condicionam
inteiramente, mas ainda para outros que, por acaso, descobri terem emoções semelhantes às minhas.
E cada dia, milhares de vezes, sinto minha vida — corpo e alma — integralmente tributária do
trabalho dos vivos e dos mortos. Gostaria de dar tanto quanto recebo e não paro de receber. Mas
depois experimento o sentimento satisfeito de minha solidão e quase demonstro má consciência ao
exigir ainda alguma coisa de outrem. Vejo os homens se diferenciarem pelas classes sociais e sei
que nada as justifica a não ser pela violência. Sonho ser acessível e desejável para todos uma vida
simples e natural, de corpo e de espírito.
Recuso-me a crer na liberdade e neste conceito filosófico. Eu não sou livre, e sim às vezes
constrangido por pressões estranhas a mim, outras vezes por convicções íntimas. Ainda jovem,
fiquei impressionado pela máxima de Schopenhauer: “O homem pode, é certo, fazer o que quer,
mas não pode querer o que quer”; e hoje, diante do espetáculo aterrador das injustiças humanas, esta
moral me tranquiliza e me educa. Aprendo a tolerar aquilo que me faz sofrer. Suporto então melhor
meu sentimento de responsabilidade. Ele já não me esmaga e deixo de me levar, a mim ou aos
outros, a sério demais. Vejo então o mundo com bom humor. Não posso me preocupar com o
sentido ou a finalidade de minha existência, nem da dos outros, porque, do ponto de vista
estritamente objetivo, é absurdo. E no entanto, como homem, alguns ideais dirigem minhas ações e
orientam meus juízos. Porque jamais considerei o prazer e a felicidade como um fim em si e deixo
este tipo de satisfação aos indivíduos reduzidos a instintos de grupo.
Em compensação, foram ideais que suscitaram meus esforços e me permitiram viver.
Chamam-se o bem, a beleza, a verdade. Se não me identifico com outras sensibilidades semelhantes
à minha e se não me obstino incansavelmente em perseguir este ideal eternamente inacessível na
arte e na ciência, a vida perde todo o sentido para mim. Ora, a humanidade se apaixona por
finalidades irrisórias que têm por nome a riqueza, a glória, o luxo. Desde moço já as desprezava.
Tenho forte amor pela justiça, pelo compromisso social. Mas com muita dificuldade me
integro com os homens e em suas comunidades. Não lhes sinto a falta porque sou profundamente
um solitário. Sinto-me realmente ligado ao Estado, à pátria, a meus amigos, a minha família no
sentido completo do termo. Mas meu coração experimenta, diante desses laços, curioso sentimento
de estranheza, de afastamento e a idade vem acentuando ainda mais essa distância. Conheço com
lucidez e sem prevenção as fronteiras da comunicação e da harmonia entre mim e os outros homens.
Com isso perdi algo da ingenuidade ou da inocência, mas ganhei minha independência. Já não mais
firmo uma opinião, um hábito ou um julgamento sobre outra pessoa. Testei o homem. É
inconsistente.
A virtude republicana corresponde a meu ideal político. Cada vida encarna a dignidade da
pessoa humana, e nenhum destino poderá justificar uma exaltação qualquer de quem quer que seja.
Ora, o acaso brinca comigo. Porque os homens me testemunham uma incrível e excessiva
admiração e veneração. Não quero e não mereço nada. Imagino qual seja a causa profunda, mas
quimérica, de seu sentimento. Querem compreender as poucas idéias que descobri. Mas a elas
consagrei minha vida, uma vida inteira de esforço ininterrupto.
Fazer, criar, inventar exigem uma unidade de concepção, de direção e de responsabilidade.
Reconheço esta evidência. Os cidadãos executantes, porém, não deverão nunca ser obrigados e
poderão escolher sempre seu chefe.

Ora, bem depressa e inexoravelmente, um sistema autocrático de domínio se instala e o ideal
republicano degenera. A violência fascina os seres moralmente mais fracos. Um tirano vence por
seu gênio, mas seu sucessor será sempre um rematado canalha. Por esta razão, luto sem tréguas e
apaixonadamente contra os sistemas dessa natureza, contra a Itália fascista de hoje e contra a Rússia
soviética de hoje. A atual democracia na Europa naufraga e culpamos por esse naufrágio o
desaparecimento da ideologia republicana. Aí vejo duas causas terrivelmente graves. Os chefes de
governo não encarnam a estabilidade e o modo da votação se revela impessoal. Ora, creio que os
Estados Unidos da América encontraram a solução desse problema. Escolhem um presidente
responsável eleito por quatro anos. Governa efetivamente e afirma de verdade seu compromisso.
Em compensação, o sistema político europeu se preocupa mais com o cidadão, com o enfermo e o
indigente. Nos mecanismos universais, o mecanismo Estado não se impõe como o mais
indispensável. Mas é a pessoa humana, livre, criadora e sensível que modela o belo e exalta o
sublime, ao passo que as massas continuam arrastadas por uma dança infernal de imbecilidade e de
embrutecimento.
A pior das instituições gregárias se intitula exército. Eu o odeio. Se um homem puder sentir
qualquer prazer em desfilar aos sons de música, eu desprezo este homem... Não merece um cérebro
humano, já que a medula espinhal o satisfaz. Deveríamos fazer desaparecer o mais depressa
possível este câncer da civilização. Detesto com todas as forças o heroísmo obrigatório, a violência
gratuita e o nacionalismo débil. A guerra é a coisa mais desprezível que existe. Preferiria deixar-me
assassinar a participar desta ignomínia.
No entanto, creio profundamente na humanidade. Sei que este câncer de há muito deveria ter
sido extirpado. Mas o bom senso dos homens é sistematicamente corrompido. E os culpados são:
escola, imprensa, mundo dos negócios, mundo político.
O mistério da vida me causa a mais forte emoção. É o sentimento que suscita a beleza e a
verdade, cria a arte e a ciência. Se alguém não conhece esta sensação ou não pode mais
experimentar espanto ou surpresa, já é um morto-vivo e seus olhos se cegaram. Aureolada de temor,
é a realidade secreta do mistério que constitui também a religião. Homens reconhecem então algo
de impenetrável a suas inteligências, conhecem porém as manifestações desta ordem suprema e da
Beleza inalterável. Homens se confessam limitados e seu espírito não pode apreender esta
perfeição. E este conhecimento e esta confissão tomam o nome de religião. Deste modo, mas
somente deste modo, soa profundamente religioso, bem como esses homens. Não posso imaginar
um Deus a recompensar e a castigar o objeto de sua criação. Não posso fazer idéia de um ser que
sobreviva à morte do corpo. Se semelhantes idéias germinam em um espírito, para mim é ele um
fraco, medroso e estupidamente egoísta.
Não me canso de contemplar o mistério da eternidade da vida. Tenho uma intuição da
extraordinária construção do ser. Mesmo que o esforço para compreendê-lo fique sempre
desproporcionado, vejo a Razão se manifestar na vida.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

dos outros, e remendado de mim.

a ordem dos fatores não altera o produto

a ordem das árvores não altera o passarinho

a ordem das cores não altera o arco íris

a ordem das crianças não altera a fila

a ordem dos carros não altera o congestionamento

a ordem das flores não altera o jardim

já a desordem me altera.

(RMLAURELLI)

domingo, 4 de julho de 2010

perpétuo inesperado

Ele quer ter um filho e um sítio...
Ele sente que nada mais no mundo será capaz de lhe dar essa paz que ele ainda não viveu, mas imagina... pois sente isso no fundo do coração onde a alma esconde os mais profundos dos desejos, imagina pois sente na pele uma vontade inexplicável de ser e de ser útil. Tudo que ele quer é ver o menino correndo pra lá e pra cá atrás das galinhas, observando um formigueiro, subindo nas árvores, andando descalço na terra firme e na areia que afunda... E quer ver o menino soltar pipa na grama verdinha do campinho cheia de orvalho, numa manhã ensolarada... num domingo talvez. E que neste domingo o céu esteja azul... tão azul quanto uma piscina limpa e fresca... e que esteja ventando um pouco, pro menino respirar o ar puro que as árvores tratarão de 'fazer'. Ele sente que nada poderá trazer paz equivalente a de ver o menino gritando seu nome e chamando-o para ver um casulo na parede da varanda do sítio. Ele sabe que não haverá no mundo emoção mais pura de ver a boca do menino suja, RINDO, com os dentes cheios de fiapos de manga, chupando a fruta doce na sombra da mangueira...


Quer ser chamado de pai.
Quer acalmar o choro e dizer 'shhhhiu pronto, passou'  para então entender quem sabe, o inexplicável

ouvir o silêncio de uma criança
sentir o cheiro que possuem as palavras quando vindas de bocas inocentes
Ter a vista do próprio eu espelhado e espalhado.
ver a beleza de um sentimento que é continuação do seu ser, do seu eu profundo...da alma.
Perpétuo inesperado do amor. Sempre esperado. Sempre desejado.

ele quer um sítio e um filho.
ser feliz.


(RMLAURELLI)

sexta-feira, 2 de julho de 2010

sutil

queria eu estar entre as flores

queria um dia talvez, entender tanta beleza!

'porque assim tão natureza?

tão cheia de vida,

água

e algumas outras substâncias

com um pouco de sentimento...

Onde foi parar a tua modéstia? Onde foi parar o seu orgulho?

as cores? somente as que o arco íris inveja.

o perfume? somente os que não se encontram nem nos menores frascos...
[aqueles frascos
       dos ditados...
dos pequenos frascos
               franceses...


sutil.

(RMLAURELLI)