segunda-feira, 15 de agosto de 2011

adiamento

Silêncio. Aquele sonho barulhento que me fazia querer tampar os ouvidos só de pensar e de tão turbulento me fazia agarrar às coisas próximas pra me manter em pé, pra manter os pés no chão, agora é possível. Aquele sonho que me fazia pisar no acelerador. Aquele sonho que me causou tantas ânsias de vontade, que me fez transpirar de ansiedade, agora pode virar realidade. Tudo que eu sempre sonhei a um passo de mim e eu ainda não peguei, não aceitei, não disse sim. Eu que sempre inventei maneiras pra tornar isso possível, que por tantas vezes passei dias planejando quando tudo ainda era tão distante de se tornar realidade, só pra sentir o gosto daquilo que ainda não tinha, só para alimentar o desejo com a paciência e agora, justo agora que eu posso ir embora, quero ficar mais um pouquinho. Justo agora que posso acabar com as ânsias e posso desacelerar, justamente agora que posso me desagarrar das coisas próximas e posso destampar os ouvidos, não quero ir. Estou tentando decidir o que fazer por mim. Estou tentanto esclarecer o desinteresse súbito por aquilo que eu, meses atrás, faria qualquer coisa para tornar realidade. Vou adiar o sonho. Adiar o que a meses atrás era urgência, caso de vida ou morte, ar para os pulmões dos sonhos mais sonhados. Vou adiar pra deixar o que surgiu acontecer.

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