Inevitável tédio que me cerca
Tristeza que me consome
De não ter feito e não ter dito
O contrário do que eu fiz e disse
Só hoje, devagarinho eu sei
O contrário das minhas ações passadas
Das palavras faladas
Das atitudes tomadas
Poderiam dar-me o presente
Uma vida inconsequente
Um presente diferente
Que nem as nuvens que cobrem o céu
Cinzas e pesadas
Não poderiam tirar-me
Nem se mãos tivessem,
Nem se hoje não fosse segunda,
A alegria do momento
Daquilo que poderia ter sido
Daquilo que hoje nunca pode ser
Tanto foi a falta do contrário
O medo do desconhecido
O pavor da não certeza
O medo do improvável
Agora vivo a lamentável
Culpa de mim.
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