segunda-feira, 15 de agosto de 2011

ah, se eu fosse passarinho

As pessoas querem ser livres




Cantam aos quatro cantos -liberdade!



-as asas que não têm.



-



Querem ter asas, querem ser livres.



Gostariam de ser passarinhos.



Gritariam ao mundo que têm asas



mas seriam passarinhos de gaiola,



passarinhos dos mesmo cantos



sem vitória.



-



É mais seguro



tem alpiste e sombra,



não tem predador nem chuva,



tem mamão fresco e olhares.



-



A morte certa que um dia vem



para nós humanos de todas as formas,



para os passarinhos de gaiola



seria de velhice.



-



Ah vida longa!



Mas que vida?



-



Ah se eu fosse passarinho…



Meu canto seria outro,



de lá de cima da árvore



acordaria a vizinhança,



incomodaria as minhocas,



atrapalharia o fluxo das formigas.



-



Me perderia do grupo



Encontraria outro



talvez para ser líder



talvez pra me perder de novo,



até encontrar o meu lugar



até me encontrar.



-



Não teria rota



Não teria rumo



Abandonaria trajetórias impostas



e voaria sozinha pra me conhecer.



-



Ah se eu fosse passarinho…



voaria alto,



voaria longe,



voaria baixo,



tomaria banho na areia,



e se a morte certa que um dia vem



quisesse me levar



eu poderia morrer na boca do gato



eu poderia morrer de pedrada de estilingue



mas feliz morreria por de ter vivido sem limite.



-



Ah vida dura!



Isso é vida!

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